Eu não sei afastar as pessoas de mim. As pessoas que só me fazem mal, algumas das que eu gosto muito. Sou confusa e tenho o problema das pessoas demasiado tolerantes, quando decido não ser tolerante, sou estúpida e despropositada. Fi-lo outra vez há pouco tempo e não posso voltar atrás nem apagar os efeitos das acções. Tenho medo do passado e por causa disso passo os dias a tropeçar nele.
O passado menos bom cansa-me o espírito. Podia escrever um memorial com a psicologia que uso para me convencer de que é um degrau para o futuro e piso as lembranças para olhar em frente, mas ele continua lá. Custa-me que as pessoas á minha volta me vejam agir assim, tão diferente de mim. Acaba comigo ver nos meus amigos o olhar do “tu sabias que ia ser assim”, principalmente quando é só um olhar, sem ser verbalizado, porque magoa desiludir as pessoas que gostam de nós. E destrói-me ver como isso me obriga a admitir que falhei, que não fui suficientemente forte, nem segura, nem inteligente.
Tenho pena de ter que escrever as coisas para que dê conta delas, tenho pena de não ter menos vergonha na cara, de não ser esclarecida o suficiente para me fazer entender.
Como é que se passa por cima do orgulho, sem ficar sem ele? Como eu gostava de encontrar um espaço de compreensão entre os sentimentos.
Há dias em que sou vulgar como uma moeda de 5 cêntimos. Dou um pontapé na consciência como quem atira lixo para o chão. E arrependo-me e atiro-me para um buraco de auto – flagelação emocional… vulgar, vulgarzinha.
Hoje estou assim, amanhã talvez apague este post.