Darfur Auschwitz
"I was sleeping when the attack on Disa started. I was taken away by the attackers, they were all in uniforms. They took dozens of other girls and made us walk for three hours. During the day we were beaten and they were telling us: "You, the black women, we will exterminate you, you have no god." At night we were raped several times. The Arabs(1) guarded us with arms and we were not given food for three days."
Uma refugiada de Disa, em Darfur, entrevistada pela Amnistia Internacional num campo de refugiados sudaneses em Maio de 2004.
Neste momento, Darfur vive a maior crise humanitária do mundo. Execuções, mortes civis, tortura, violações sexuais, raptos, destruição de propriedades e de aldeias, destruição de meios de subsistência da população atacada e deslocação forçada são muitos dos direitos humanos que estão a ser abertamente violados.
As mulheres são as que estão a sofrer mais abusos, são o alvo de violência sexual não apenas devido ao género, mas também porque pertencem a um grupo étnico específico. São engravidadas à força pelos Janjawid para que as sua etnia sofra humilhações, as crianças que são geradas em consequência são consideradas como “crianças do inimigo”, como “crianças Janjawid”. Estas mulheres e os seus filhos são marginalizados pela sua comunidade e as casadas são geralmente rejeitadas pelos maridos.
Os crimes contra a humanidade e os crimes de guerra em Darfur estão a atingir proporções gigantescas e já são considerados como uma limpeza étnica ou genocídio, tornando-se bastante mais urgente que o Líbano ou Israel. Até quando vai ser ignorada a necessidade de ajuda internacional?
Etiquetas: política
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