PROTESTO!!
Julgamento Casa Pia ainda em curso. Criança brutalmente assassinada por mãe e tio. Criança espancada até à morte pela mãe. Bebe encontrado morto num caixote do lixo. Meninos de rua assaltam, vandalizam, são explorados, passam fome… Não acho bem continuar a citar porque tanta brutalidade acabaria por soar a normalidade. No meu país a pior probabilidade pende sempre para o lado mais fraco, só que no meu país existe a democracia. E esta democracia, a minha e a nossa democracia, ditou que o meu país não está preparado para assumir um referendo sobre o aborto.
O meu povo defende que toda a gente tem o direito à vida, incluindo as crianças acima referidas, acrescento eu, não vá ninguém pensar que vidas fora do útero têm menos valor espiritual que as vidas lá dentro. Ou será que não? Será que é um pecado maior abortar ou, salvo seja, deixar uma criança nascer para ser assassinada ou abandonada? Seria um sacrilégio desejar que não tivessem nascido?
Muita gente também afirma não haver desculpa para descuidos no que confere a relações sexuais. E não há! Entendo isso. O que não entendo é como não se consegue ver que numa adolescente grávida, o problema não é a adolescente mas sim a criança que vai nascer. O aborto legal não deve servir para passar a mão na cabeça a nenhuma mulher, mas sim para evitar um possível problema. Que sentido faz uma mãe de 18 anos, se aos 25 já é tão difícil? Que sentido faz, por outro lado, obrigar uma mulher (ou uma criança) a ser mãe, se já é tão difícil mesmo querendo ser?
De direito à vida e de religião nem vou falar, pois seria um atentado contra a própria neutralidade do Estado, visto que sou uma calma defensora da Républica e da Laicidade.
Tenhamos, no entanto, em conta que está em discussão a legalização do aborto e não a sua liberalização!
Ainda há, de facto, muitos passos a dar nesta matéria, mas, também é certo que a esperança é a última a morrer. Enquanto não chegar Setembro de 2006, ou talvez bastante mais, deixemos as nossas crianças nascerem com um futuro incerto, deixemos as nossas (raras) adolescentes que podem com a possibilidade de uma viagem a uma clínica espanhola, deixemos que futuros homens e mulheres de Portugal nasçam à pressa. Entretanto vamos lendo jornais.
O meu povo defende que toda a gente tem o direito à vida, incluindo as crianças acima referidas, acrescento eu, não vá ninguém pensar que vidas fora do útero têm menos valor espiritual que as vidas lá dentro. Ou será que não? Será que é um pecado maior abortar ou, salvo seja, deixar uma criança nascer para ser assassinada ou abandonada? Seria um sacrilégio desejar que não tivessem nascido?
Muita gente também afirma não haver desculpa para descuidos no que confere a relações sexuais. E não há! Entendo isso. O que não entendo é como não se consegue ver que numa adolescente grávida, o problema não é a adolescente mas sim a criança que vai nascer. O aborto legal não deve servir para passar a mão na cabeça a nenhuma mulher, mas sim para evitar um possível problema. Que sentido faz uma mãe de 18 anos, se aos 25 já é tão difícil? Que sentido faz, por outro lado, obrigar uma mulher (ou uma criança) a ser mãe, se já é tão difícil mesmo querendo ser?
De direito à vida e de religião nem vou falar, pois seria um atentado contra a própria neutralidade do Estado, visto que sou uma calma defensora da Républica e da Laicidade.
Tenhamos, no entanto, em conta que está em discussão a legalização do aborto e não a sua liberalização!
Ainda há, de facto, muitos passos a dar nesta matéria, mas, também é certo que a esperança é a última a morrer. Enquanto não chegar Setembro de 2006, ou talvez bastante mais, deixemos as nossas crianças nascerem com um futuro incerto, deixemos as nossas (raras) adolescentes que podem com a possibilidade de uma viagem a uma clínica espanhola, deixemos que futuros homens e mulheres de Portugal nasçam à pressa. Entretanto vamos lendo jornais.
Trabalho feito para a cadeira de Discurso dos Média.
Etiquetas: Direitos Humanos
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